quarta-feira, 4 de julho de 2012

Nosso Deus pelejará por nós – Ne 4.1-23

propaganda neemais por Rev. Jocarli A. G. Junior
Quando Igor Sikorsky, o legendário pioneiro de aviação, tinha 12 anos, seus pais lhe disseram que as autoridades competentes já tinham provado que o voar era impossível. No entanto, Sikorsky construiu o primeiro helicóptero. E em sua fábrica, ele afixou a seguinte placa: “De acordo com testes reconhecidos de aerotécnicos, o zangão não pode voar por causa da forma e do peso do seu corpo em relação a área total da asa. Todavia, o zangão não sabe disso, então ele vai em frente e voa de qualquer maneira”.[1]
Neemias teria amado essa placa! Sua história mostra que quando você tenta realizar algo significativo para o Senhor, você terá que enfrentar uma forte oposição. Sempre que o povo de Deus se levanta para trabalhar, o inferno se agita e o mundo se levanta contra. O nome “Satanás” significa “adversário”, ou seja, ele sempre se opõe ao Altíssimo e aos Seus filhos, especialmente quando eles são zelosos e dispostos a exaltar a glória de Deus.
O capítulo 4 de Neemias é um resumo do que aconteceu durante os 52 dias de restauração dos muros em Jerusalém. Se tivéssemos apenas o capítulo 3, teríamos a impressão de que o trabalho não teve nenhum problema. Porém, há um ciclo de avanço e retrocesso através dos capítulos de 3 a 6:
Capítulo 3: Avanço Capítulo 4.1-3: Retrocesso
Capítulo 4.4-6: Avanço Capítulo 4.7-8: Retrocesso
Capítulo 4.9: Avanço Capítulo 4.10-12: Retrocesso
Capítulo 4.13-23: Avanço Capítulo 5.1-6: Retrocesso
Capítulo 5.7-19: Avanço Capítulo 6.1-14: Tentativa de revés
Capítulo 6.15-16: Avanço final Capítulo 6.17-19: Tentativa de revés
Este ciclo mostra que a vida cristã é uma guerra contínua. Enquanto o povo em Jerusalém estava acomodado com a situação da cidade, o inimigo deixou-os sozinhos, mas, quando os judeus começaram a servir o Senhor, o inimigo tornou-se ativo.[2]

A primeira defesa contra o inimigo é estar ciente dos tipos de oposição que ele usa. Vamos olhar primeiro para as várias formas de oposição e depois para a forma como devemos responder cada uma delas.
I. É impossível fazer a obra de Deus sem oposição
1 Tendo Sambalate ouvido que edificávamos o muro, ardeu em ira, e se indignou muito, e escarneceu dos judeus. obra num só dia? Renascerão, acaso, dos montões de pó as pedras que foram queimadas?
Em Neemias capítulo 4, descobrimos que o inimigo nos ataca usando vários métodos. Nosso texto revela, pelo menos, seis tipos de oposição:
1. Ira e indignação
Sambalate, o governador de Samaria, ficou irado e indignado (4.1, 7). A palavra hebraica significa “estar quente, furioso, queimar, tornar-se irado, inflamar-se”.[3] Uma Jerusalém segura e independente seria uma ameaça ao seu domínio e minaria o seu controle sobre a rota de comércio com a região, assim prejudicaria sua economia.[4]
Um inimigo comum e uma causa comum fizeram com que quatro grupos diferentes se unissem para parar o trabalho dos muros de Jerusalém. A cidade estava completamente cercada por inimigos! Ao norte estavam Sambalá e os samaritanos, ao leste, Tobias e os amonitas, ao sul, Gesém e os árabes, ao oeste, o asdoditas (v. 7).
Warrem Wiesbe com sabedoria escreveu: “O povo de Deus às vezes têm dificuldade em trabalhar juntos, mas as pessoas do mundo não têm nenhum problema em se unir em oposição à obra do Senhor” (Sl 2.1-2, At 4.23-30, Lc 23.12).[5] Quando os inimigos viram e ouviram que o trabalho estava progredindo, ficaram irritados e planejaram um ataque secreto contra Jerusalém. Se a ira não parar o trabalho, Satanás utilizará outra ferramenta.
2. Zombaria e sarcasmo
“Tendo Sambalate ouvido que edificávamos o muro, ardeu em ira, e se indignou muito, e escarneceu dos judeus” (v. 1) – Além de ficar irado, Sambalá escarneceu os judeus. A palavra hebraica para “escarnecer” significa gaguejar ou balbuciar.[6] Os inimigos continuaram repetindo seus comentários negativos, esperando desencorajar o povo e sua obra. Chuck Swindoll escreveu: “Parte dos requisitos implícitos que um líder deve ter para um emprego é a habilidade de lidar com a crítica. Faz parte do pacote para a liderança. Se nunca for criticado, é possível que você nunca consiga realizar algo”.[7]
A maneira mais fácil de se opor a algo que não gostamos é ridicularizá-lo, e esta é a primeira coisa que Sambalá e Tobias fizeram. Eles e seus amigos fizeram várias perguntas sarcásticas (4.2). É a arma mais antiga do inimigo. O crítico e escritor britânico Thomas Carlyle chamou a zombaria de “a língua do diabo”. Muitos personagens das Escrituras experimentaram o peso e a dor do escárnio. Golias zombou de Davi quando viu apenas um estilingue em sua mão (1Sm 17.41-47). Jesus foi zombado pelos soldados durante o seu julgamento (Lc 22.63-65) e pela multidão, enquanto estava pendurado na cruz (23.35-37), e alguns dos heróis da fé tiveram de suportar a zombaria (Hb 11.36). No entanto, nunca devemos esquecer de que, quando o inimigo ri do povo de Deus, geralmente, é um sinal de que Deus vai abençoar o seu povo de uma forma maravilhosa.[8] Quando os inimigos se enfurecem na terra, Deus ri no céu (Sl 2.4).
Se a crítica não funcionar, os inimigos vão utilizar outra ferramenta. Os oponentes de Neemias ficaram furiosos e resolveram combater o trabalho o tempo todo (4.7-8).
3. Ameaças e intimidações
Os inimigos de Neemias tinham que ter cuidado, pois os judeus estavam trabalhando com a permissão do rei Artaxerxes. Eles não podiam simplesmente reunir as suas tropas e marchar contra Jerusalém, ou seriam acusados ​​de oposição ao rei. Mas, eles fizeram ameaças de violência (4.8, 11), que circulou entre os judeus que viviam perto deles (4.12). Assim, como os militantes muçulmanos hoje, a ameaça terrorista colocou os judeus sob intensa pressão psicológica.
Satanás ainda usa ameaças sutis ou ostensivas de intimidação para oprimir os cristãos. “Se você não ficar quieto sobre a corrupção do chefe, você vai ser demitido”. Anos atrás, uma igreja evangélica em Phoenix nos Estados Unidos, tinha um poderoso advogado do Conselho envolvido em um caso extraconjugal. Quando os Presbíteros o confrontaram e disseram-lhe para abandonar o cargo, ele os ameaçou com um processo que levaria a igreja à falência com os honorários advocatícios, mesmo se eles ganhassem a causa. Ele finalmente concordou em deixar o cargo se todos os presbíteros também renunciassem. Infelizmente, a igreja cedeu diante de das ameaças!
4. Desânimo e cansaço
Aparentemente havia um provérbio ou música desanimadora que circulava entre os trabalhadores neste momento “Os carregadores já estão cansados, e ainda há muito entulho para carregar” (4.10). As pessoas estavam cansadas e os escombros não diminuíam.
O desânimo é uma arma fundamental no arsenal de Satanás. Foi o desânimo que impediu Israel de entrar na Terra Prometida em Cades-Barnéia (Nm 13). “Nós não somos capaz de ir contra o povo, porque eles são mais fortes do que nós” (v. 31). Os dez espias incrédulos “desencorajaram o coração dos filhos de Israel” (32.9), e como resultado, a nação vagou no deserto quarenta anos até que a nova geração estivesse pronta para conquistar a terra.
A história é contada do dia em que o diabo realizou um leilão. Ele colocou algumas de suas ferramentas a venda em um leilão público. Quando os possíveis compradores se reuniram, uma ferramenta estranha tinha um rótulo diferente com a seguinte inscrição: “Não está a venda!” Perguntado a respeito, o diabo respondeu: “Eu posso dispensar ou trocar todas as minhas ferramentas, exceto essa. Ela é a mais útil de todas. Eu a chamo “Desânimo” e com ela eu posso trabalhar em corações geralmente inacessíveis. Com essa ferramenta, eu penetro a mente de uma pessoa, o que não conseguiria com nenhuma outra; consigo plantar qualquer coisa que queira. O desânimo suscita dúvida; a dúvida leva à derrota; a derrota ao desalento; o desalento à depressão; a depressão à destruição. Tudo o que eu preciso é essa única ferramenta, o desânimo, para trabalhar à minha maneira na vida das pessoas”.
Note que o inimigo ataca muitas vezes quando estamos fracos (v. 10). Nesse momento de fraqueza, podemos facilmente tornar-se desanimados.[9]
5. Negativismo
“Quando os judeus que habitavam na vizinhança deles, dez vezes, nos disseram:  De todos os lugares onde moram, subirão contra nós” (v. 12) – A crítica e a zombaria (4.2-3) surgiram do inimigo. Mas, este negativismo veio dos próprios judeus que viviam perto do inimigo (4.12). Essas pessoas não estavam envolvidas no trabalho da restauração do muro. Isso é significativo! Eles viviam perto do inimigo, e, assim, estavam constantemente expostos aos seus ataques negativos sobre o trabalho. Assim eles estavam ouvindo relatos negativos e ameaças e não ficaram sabendo em primeira mão o que Deus estava fazendo em Jerusalém. Eles vieram repetidamente (“dez vezes” é uma expressão que significa em hebraico “muitas vezes”) para avisar Neemias e aqueles que trabalhavam nos muros.[10]
Sentimentos negativos destroem nossa confiança. Porém, precisamos entender que, nossa preocupação com dada situaão não fará com que ele desapareça. Cyril Barber estava certo ao escrever: “A ansiedade nunca tira a tristeza do amanhã; só tira a força do hoje”.[11]
Invariavelmente, o negativismo na igreja surge a partir de cristãos professos que vivem perto do inimigo e não estão envolvidos na obra do Senhor. Tal negativismo é o inimigo da fé. “Também vimos ali gigantes (os filhos de Anaque  são descendentes de gigantes), e éramos, aos nossos próprios olhos, como gafanhotos e assim também o éramos aos seus olhos” (Nm 13.28-29, 31-33). Neemias não ignorou o perigo, mas, se tivesse escutado esses profetas do desânimo, ele nunca teria terminado o muro.
6. Medo
“inspecionei, dispus-me e disse aos nobres, aos magistrados e ao resto do povo: não os temais...” (v. 14) – O medo é o efeito cumulativo de todos os fatores acima. As pessoas haviam visto à ira do inimigo e tinham ouvido suas constantes ameaças. Eles estavam trabalhando a exaustão. Em seguida, eles repetidamente ouviram a melancolia e a tristeza de seus companheiros Judeus que viviam perto do inimigo. Neemias identificou o medo e os exortou a não temerem.
Satanás usa o medo para paralisar o povo de Deus de realizar algo significativo para o Senhor. Foi um ponto crítico no projeto, e as pessoas provavelmente teria abandonado o trabalho se não fosse por Neemias. Ele estava orando. Ele sabia da força desta ameaça, mas também sabia de suas limitações. Acima de tudo, ele sabia que a força de Deus estava do seu lado.[12]
Estas são algumas das táticas que Satanás usa para se opor ao trabalho de Deus. Entretanto, como devemos responder a essa oposição? O restante do capítulo quatro é um relato detalhado de como Neemias respondeu as ameaças dos inimigos.
II. Como levar a obra de Deus adiante apesar da oposição
4 Ouve,  ó nosso Deus, pois estamos sendo desprezados; caia o seu opróbrio sobre a cabeça deles, e faze que sejam despojo numa terra de cativeiro.
Sempre que você encontrar oposição, você tem várias opções. Você pode abandonar o que estava fazendo, boa parte das tomam essa atitude! Você pode tentar elaborar um acordo, ou, enfrentar a oposição e continuar trabalhando. A última abordagem é a única atitude biblicamente correta. Neemias decidiu enfrentar seus adversários. Sua atitude pode ser dividida em quatro aspectos: Eles clamaram a Deus em oração, colocaram seus corações no trabalho, eles mantiveram os olhos sobre o inimigo em constante vigilância, e, eles mantiveram suas mentes focadas no Senhor com fé.
1. Eles buscaram a Deus em oração.
As coisas que as pessoas dizem podem nos ferir, mas elas não podem nos prejudicar, a menos que deixemos entrar em nosso coração e envenenar-nos. Na realidade, se gastarmos tempo ponderando sobre as palavras do inimigo, vamos dar a Satanás uma posição da qual ele pode lançar outro ataque. A melhor coisa a fazer é orar e levar toda a ofensa que recebemos diante do Senhor, e em seguida, voltar ao trabalho.[13]
Muitas vezes, quando enfrentamos oposição, nossa primeira reação é retaliar. Porém, nossa primeira resposta deve ser sempre a oração (4.4, 9). John Bunyan sabiamente observou, “Você pode fazer mais do que orar depois de ter orado, mas você não pode fazer nada mais do que orar até ter orado”. A oração nos lembra que Deus é soberano, mesmo sobre aqueles que estão nos atacando.
Neemias derramou a sua alma perante o Senhor. Ele admitiu que estava magoado e irritado: “Estamos desprezados” (v. 4). No entanto, a obra era de Deus, e Neemias foi, portanto, capaz de colocar o seu problema nas mãos de Deus e deixá-lo ser o árbitro da disputa e o juiz dos “adversários” dos judeus. “Caia o seu opróbrio sobre a cabeça deles...” (v. 4). Além disso, ele pediu a Deus para que os seus inimigos fossem “despojados numa terra de cativeiro” (v. 4).
A oração eficaz e sincera restaura a nossa perspectiva e nos dá respostas positivas em vez de emoções negativas. A oração sincera faz brotar em nosso coração a esperança; a esperança nos dará confiança renovada; e o resultado será um novo surto de ânimo.[14]
Apesar de tudo, Neemias continuou com o trabalho. Tendo em vista que, ele havia deixado as provocações de seus inimigos com Deus, ele não precisava mais se preocupar com eles e poderia continuar com a tarefa que Deus lhe dera. O que ele diz é maravilhoso: “Assim, edificamos o muro, e todo o muro se fechou até a metade de sua altura; porque o povo tinha ânimo para trabalhar” (v. 6).
Neemias nos ensina que a oração é a coisa mais prática que podemos fazer na crise, mas também que ela não é um substituto da ação.[15] A maneira como reagimos às críticas, revelará se temos coragem ou se estamos intimidados. As palavras doeram, mas não produziu o menor tremor de indecisão, somente indignação.[16] Logo, a oração deve ser a nossa primeira resposta à oposição.
2. Eles colocaram seus corações no trabalho
“Assim, edificamos o muro, e todo o muro se fechou até a metade de sua altura; porque o povo tinha ânimo para trabalhar” (v. 6) – Neemias certificou-se de manter o povo focado. Ele os manteve ocupados. Sua primeira reação foi a oração. A segunda foi colocar guardas no muro dia e noite (v. 9). Ele ensinou ao povo que, não fomos chamados para contar nossos inimigos, pelo contrário, fomos chamados para o trabalho.
Há momentos em que é necessário refutar os falsos mestres e defender a sã doutrina. Na verdade, esta é uma das tarefas dos presbíteros (Tito 1.9-16). Mas nunca devemos ficar tão distraídos em combater os falsos mestres que e nos esquecer de nosso propósito principal, que é proclamar o evangelho, tanto aqui como em todo o mundo através de missões. A espada e a espátula são necessárias, mas a razão da espada é para que possamos usar a espátula. Defendemos a fé com a espada da Palavra de Deus para que possamos construir o Seu reino com a espátula.
3. Eles mantiveram os olhos sobre o inimigo
“Porém nós oramos ao nosso Deus e, como proteção, pusemos guarda contra eles, de dia e de noite” (v. 9) – Não basta orar, é preciso vigiar. Neemias, não estava disposto a deixar que essas ameaças interrompessem o trabalho de restauração dos muros. Em vez disso, ele colocou guardas sobre os muros para detectar qualquer invasão do inimigo com suas armas (v. 13). Ele então encorajou os construtores com estas palavras: “lembrai-vos do Senhor, grande e temível, e pelejai pelos vossos irmãos, vossos filhos, vossas filhas, vossa mulher e vossa casa” (v. 14).
Entretanto, é importante observar que, oração de Neemias não fez com que o inimigo fosse embora, ao contrário, o inimigo aumentou as ameaças! Orar não significa que você deve ignorar as ameaças do inimigo ou fingir que eles não existem. Neemias colocou em prática um sistema de alerta, de modo que onde a trombeta fosse tocada, os trabalhadores rapidamente deveriam se reunir e defender suas famílias e a cidade (v. 19-20). Os trabalhadores não tiravam nem a roupa durante a noite para que estivessem sempre prontos para defender a cidade (v. 23). Vigilância!
No entanto, muitos cristãos estão alheios aos ataques do nosso adversário, o diabo, que anda como um leão que ruge, buscando nos devorar (1Pe 5.8). Se você não quer ser vítima do inimigo, você tem que definir uma estratégia de defesa. A Bíblia possui muitos exemplos de homens e mulheres que não vigiaram e caíram diante das armadilhas do inferno. Sansão caiu não diante de um exército inimigo, mas no colo de uma mulher (Jz 13-16). Davi não perdeu a batalha mais importante de sua vida no campo de guerra contra seus inimigos, mas na cama do adultério.
Devemos permanecer alertas, vigiar, orar e manter-se firmes. Precisamos ser fortes quando as pessoas tentam nos derrubar ou impedir o trabalho que estamos fazendo. Quanto maior o progresso do trabalho do Senhor, maior a crítica. Quanto mais bem-sucedido o trabalho, mais intensos são os ataques.[17]
1. Eles mantiveram suas mentes focadas no Senhor
“lembrai-vos do Senhor, grande e temível, e pelejai pelos vossos irmãos, vossos filhos, vossas filhas, vossa mulher e vossa casa” (v. 14) – Um dos grandes testes para um líder é a capacidade de perseverar. A maioria de nós desiste rapidamente. Tristemente, deixamos os críticos ganharem porque não somos persistentes em terminar a tarefa que Deus nos concedeu.
As pessoas estavam desencorajadas porque tinham tirado o foco do trabalho e colocado sobre as ameaças do inimigo, as pilhas de escombros, e todo o trabalho que restava (v. 10). Neemias corretamente direcionou o foco de volta para o Senhor que é grande e temível e para as coisas que estavam em jogo, suas famílias (v. 14). Aqui está o segredo para grandes vitórias na vida cristã, devemos continuamente colocar nossos olhos em Deus em vez de colocá-los nas circunstâncias.
Neemias foi capaz de enfrentar a oposição como um bom nadador enfrenta as violentas ondas do mar. Quando a ameaça se tornou conhecida, ele respondeu estabelecendo vigias dia e noite (v. 9). Quando os rumores de violência continuaram, ele foi mais longe: (1) ele parou o trabalho (cf. v. 13, 15), (2) armou o povo (v. 13), e (3) organizou as pessoas em grupos familiares nos locais mais expostos ao longo do muro (v. 13). Dividiu-os em famílias e aumentou a consciência de cada pessoa sobre os riscos. Neemias sabia que eles iriam lutar mais ferozmente quando a vida de suas próprias famílias estivesse em risco.[18] Assim, o desânimo, uma das mais fortes armas de Satanás, foi eficazmente combatido. Pela graça de Deus, e na força de Deus, a obra continuou.[19]
Neemias não só organizou os trabalhadores e guardas e encorajou-os a confiar no Senhor, mas também definiu o tipo certo de exemplo diante deles (v. 23). Ele era um líder que servia e um servo que liderava. Ele permaneceu no emprego e estava alerta em todos os momentos.[20] Ele inspecionava as defesas da cidade todas as noites e se certificava de que os guardas estavam de plantão (v. 14).
“Disse eu aos nobres, aos magistrados e ao resto do povo: Grande e extensa é a obra, e nós estamos no muro mui separados, longe uns dos outros” (v. 19) – Mais uma vez, Neemias incentivou o povo a trabalhar. Ele lembrou que eles estavam envolvidos em uma grande obra. Afinal, eles estavam servindo um Deus grande e reconstruindo os muros de uma grande cidade. Ele também lembrou que eles não estavam trabalhando sozinhos, mesmo que não pudessem ver todos os seus colegas de trabalho. Deus estava com todos eles e viria os defenderia.
Além disso, Neemias também instituiu um “segundo turno” e exigiu que os trabalhadores de outras cidades ficassem em Jerusalém à noite para proteger a cidade (v. 22).[21] Muitas vezes, é enquanto dormimos que o inimigo faz o seu trabalho mais insidioso (Mt 13.25), e devemos permanecer em guarda.
Se você conhece a Cristo e tenta realizar qualquer coisa para Ele, você vai enfrentar oposição, especialmente se você estiver na liderança. Ao invés de retaliar, responda como Neemias, com oração, mantendo-se firme no trabalho, vigiando contra o inimigo, e mantendo seu foco sobre o grande e maravilhoso Deus a quem servimos.
Conclusão:
Cyril Barber acertadamente declarou que, “Foi a fé que tirou Neemias do vale do desespero e transladou seus esforços em façanhas nobres. Sua fé gerou-lhe confiança. Sua confiança inspirou a outros. O segredo do sucesso de Neemias pode ser nosso.[22] Como disse o apóstolo João: “Esta é a vitória que venço o mundo, a nossa fé” (1Jo 5.4).
E quando o desânimo chegar? Como lidar com o desânimo? Alguém certa vez perguntou ao pregador Charles Haddon Spurgeon se ele nunca ficou desanimado. Ele disse: “Não nos últimos 20 anos, eu acho”. Quando perguntado como ele explicava isso, ele disse, “Porque não passo 15 minutos sem pensar em Cristo” (Hb 12.3).
Um ministro desanimado, certa vez sonhou que estava em pé no topo de uma grande rocha de granito, tentando quebrá-la com uma picareta. Hora após hora ele trabalhou sem nenhum resultado. Por fim, ele disse: “É inútil, vou parar”.
  De repente, um homem que estava ao seu lado perguntou: “Você não recebeu esta tarefa? Então, por que você vai abandoná-la?”
  “Meu trabalho é em vão, eu não consigo causar nenhum arranhão sobre o granito”, foi a resposta do ministro.
  Em seguida, o estranho solenemente respondeu: “Seu dever é bater na rocha, e não ficar preocupado com os resultados. O trabalho é seu, os resultados estão nas mãos de outros; trabalhe!”
  Em seu sonho, o ministro voltou ao trabalho, e em seu primeiro golpe a pedra voou em centenas de pedaços.
Não permita que o desânimo tome conta do seu coração. Não permita que pensamentos ou palavras negativas tirem a sua paz, e principalmente, os seus olhos do Senhor. São aqueles que conhecem a Deus, que são capazes de manter o controle diante da oposição e do desânimo, e eles podem fazer isso por causa do que está em seu coração. Para onde você olha quando fica desanimado? Quem você ouve? Quando olhamos para o Senhor nada mais importa!

[1] Tan, P. L. (1996). Encyclopedia of 7700 Illustrations: Signs of the Times. Garland, TX: Bible Communications, Inc.
[2] Wiersbe, W. W. (1996). Be Determined. “Be” Commentary Series (46). Wheaton, IL: Victor Books.
[3] Strong, J. (2009). Vol. 2: A Concise Dictionary of the Words in the Greek Testament and The Hebrew Bible (43). Bellingham, WA: Logos Bible Software.
[4] Boice, J. M. (2005). Nehemiah: An expositional commentary (50–51). Grand Rapids, MI: BakerBooks.
[5] Wiersbe, W. W. (1996). Be Determined. “Be” Commentary Series (52–53). Wheaton, IL: Victor Books.
[6] Strong, J. (2009). Vol. 2: A Concise Dictionary of the Words in the Greek Testament and The Hebrew Bible (60). Bellingham, WA: Logos Bible Software.
[7] CATT, Michael. Vivendo Corajosamente. São Paulo: Imprensa da Fé, 2012, p. 119.
[8] Wiersbe, W. W. (1996). Be Determined. “Be” Commentary Series (50). Wheaton, IL: Victor Books.
[9] Fleming, J. L. (2005; 2005). Rebuilding the Wall (Ne 4.10). James L. Fleming.
[10] Wiersbe, W. W. (1996). Be Determined. “Be” Commentary Series (54–55). Wheaton, IL: Victor Books.
[11] BARBER, Cyril J. Neemias e a dinâmica da liderança eficaz. São Paulo: Editora Vida, 1991, p. 59.
[12] Boice, J. M. (2005). Nehemiah: An expositional commentary (56). Grand Rapids, MI: BakerBooks.
[13] Wiersbe, W. W. (1996). Be Determined. “Be” Commentary Series (52). Wheaton, IL: Victor Books.
[14] BARBER, Cyril J. Neemias e a dinâmica da liderança eficaz. São Paulo: Editora Vida, 1991, p. 59.
[15] LOPES, Hernandes Dias. Neemias, o líder que restaurou uma nação. São Paulo: Editora Hagnos, 2006, p. 67.
[16] KIDNER, Derek. Esdras e Neemias. São Paulo: Editora Vida Nova, 2011, p. 98.
[17] CATT, Michael. Vivendo Corajosamente. São Paulo: Imprensa da Fé, 2012, p. 119.
[18] Boice, J. M. (2005). Nehemiah: An expositional commentary (56–57). Grand Rapids, MI: BakerBooks.
[19] Packer, J. I. (1995). A passion for faithfulness: Wisdom from the book of Nehemiah. Wheaton, IL: Crossway Books.
[20] Wiersbe, W. W. (1996). Be Determined. “Be” Commentary Series (57). Wheaton, IL: Victor Books.
[21] Wiersbe, W. W. (1996). Be Determined. “Be” Commentary Series (57). Wheaton, IL: Victor Books.
[22] BARBER, Cyril J. Neemias e a dinâmica da liderança eficaz. São Paulo: Editora Vida, 1991, p. 59.

0 comentários:

Postar um comentário