quinta-feira, 28 de junho de 2012

Uma Prova de Fogo II

fogo por Rev. Jocarli A. G. Junior
“Falou Nabucodonosor e disse: Bendito seja o Deus de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, que enviou o seu anjo e livrou os seus servos, que confiaram nele, pois não quiseram cumprir a palavra do rei, preferindo entregar o seu corpo, a servirem e adorarem a qualquer outro deus, senão ao seu Deus” (Daniel 3.28)
Nabucodonosor se encheu de fúria e, transtornado o aspecto do seu rosto contra Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, ordenou que se acendesse a fornalha sete vezes mais do que se costumava.
A fornalha estava realmente quente. Porém, a ira do rei deve ter abalado seu raciocínio, pois a melhor maneira de castigar os homens não seria aumentando a temperatura da fornalha, e sim diminuí-la. Um fogo mais intenso os consumiria instantaneamente, enquanto uma temperatura mais baixa faria com que sofressem profunda dor antes de morrer. Nem mesmo o rei sabia o que estava fazendo. Aparentemente, os conselheiros da corte teriam sua vingança contra esses exilados judeus que haviam se instalado em seu território e sido promovidos a cargos que pertenciam aos caldeus.
A Bíblia diz que eles foram amarrados com seus mantos, suas túnicas e chapéus e suas outras roupas. Ou seja, eles estavam vestidos para uma grande cerimônia, eles foram para a solenidade com a roupa adequada, compareceram àquela festa do rei, mas não se dobram diante da estátua. Eles não tiveram nem tempo de se trocar, foram jogados na fornalha com a melhor roupa (v. 21).
A fornalha era como um grande caldeirão. Na parte lateral, ao fundo, havia uma porta através da qual se colocava a lenha. Mas a parte de cima era aberta. A fornalha estava tão quente que os auxiliares de Nabucodonosor, que os carregavam, foram mortos pelo intenso calor; mas não antes de lançarem para dentro Sadraque, Mesaque e Abede-Nego. Os que olhavam para a abertura cheia de fumaça viram-nos caindo através das chamas até o fundo da fornalha. Estavam atados e indefesos; e o fogo, que já matara os soldados, certamente, os mataria também.
Nabucodonosor estava sentado a uma distância confortável, mas quando ele olha para a fornalha, ele fica surpreso. Primeiro, ele não viu somente os três amigos de Daniel, ele viu quatro pessoas na fornalha. Um retrato vívido do fato de que Deus está com seu povo em seus problemas.[1] Em seguida, ele observa que eles não estavam amarrados e nem deitados, na realidade, Nabucodossor ficou estarrecido por que eles estavam caminhando dentro da fornalha (v. 25, 28).
Quando somos fiéis a Deus, o “Quarto Homem” da fornalha sempre vem ao nosso encontro. Ele prometeu: “Eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos” (Mt 28). As cordas com as quais os três homens tinham sido atados foi a única coisa afetada pelo fogo. O Deus de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego era, de fato, capaz de livrá-los!
Então, se chegou Nabucodonosor à porta da fornalha sobremaneira acesa, falou e disse: “Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, servos do Deus Altíssimo, saí e vinde!” Ajuntaram-se os sátrapas, os prefeitos, os governadores e conselheiros do rei e viram que o fogo não teve poder algum sobre os corpos deles; nem foram chamuscados os cabelos, nem os seus mantos se mudaram, nem cheiro de fogo passara sobre eles.
No versículo 28, vemos que Nabucodonosor novamente reconheceu o poder Deus. Ele compreendeu que Deus havia enviado o seu anjo, e que era mais poderoso que ele próprio, embora fosse ele o mais poderoso homem no mundo. Reconheceu que Deus é maior do que qualquer outro deus e digno de ser louvado.
Em seguida, sua reação foi editar um decreto (v. 29). Ordenou que qualquer pessoa que falasse mal do Deus de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego fosse cortada em pedaços e sua casa reduzida a monturo. Os amigos de Daniel foram preservados pelo maravilhoso poder de Deus. Que Deus! Que grande Deus! O mesmo rei que ficou com o rosto transtornado pela ira contra eles, agora os chama de forma reverente, de servos do Deus altíssimo (v. 26). O mesmo rei que havia decretado a morte deles, agora os faz prosperar (v. 30). O caminho para a glória é sempre o caminho do sofrimento. Você pode estar passando pela fornalha agora, mas lembre-se que o caminho do sofrimento é o caminho para a glória.[2]

[1] Boice, James Montgomery: Daniel : An Expositional Commentary. Grand Rapids, Mich. : Baker Books, 2003, S. 47
[2] PHILLIPS, John and VINES, Jerry. Exploring the book of Daniel. Nepture, New Jersey: Loizeaux Brothers, 1990, p. 67.

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