terça-feira, 19 de junho de 2012

A Bênção da Eleição – Rev. Jocarli Junior

“… assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis  perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção  de filhos,  por meio de Jesus Cristo,  segundo o beneplácito de sua vontade, para louvor da glória de sua graça,  que ele nos concedeu gratuitamente no Amado” (Ef 1.4-6)

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Ao tratar das bênçãos destinadas aos filhos de Deus, de forma específica, da doutrina da eleição, o apóstolo Paulo declara que o amor de Deus por nós não começou quando ouvimos o Evangelho, o amor de Deus por nós não começou nem mesmo na cruz, mas o amor de Deus por nós começou quando Deus o Pai colocou o seu coração em nós an tes da fundação do mundo.

“... assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo...” (v. 4) – No Evangelho de João, o Senhor Jesus declarou: “Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer;  e eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6.44). O termo “trouxer” (Helkuō, em grego) carrega a ideia de uma força irresistível e era usada na literatura grega antiga como referência a um homem faminto que se sentia atraído pela comida e também, de forças demoníacas que se sentiam atraídas por animais quando eles não eram capazes de possuir os homens.[1]

É muito comum em filmes, o uso de imãs gigantes em cemitérios de veículos para levantar um tipo de sucata. Quando o ímã é ligado, uma tremenda força magnética atrai todos os metais que estão perto dele, mas não tem efeito sobre outros metais como alumínio e latão. De forma semelhante, a vontade eletiva de Deus atrai de maneira irresistível àqueles a quem Ele predestinou amar e perdoar, ao mesmo tempo não tem efeito sobre os outros.

“... antes da fundação do mundo...” (v. 4) – Ou seja, independente de qualquer mérito tenha feito, Deus nos escolheu, nele, “em Cristo” (v. 4). Na eternidade, Deus formou um propósito em sua mente. Este propósito dizia a respeito tanto a Cristo (seu filho unigênito) como a nós (filhos adotivos). A posição dos pronomes é enfática (nos escolheu, nele!). Deus resolveu tornar-nos (mesmo quando ainda não existíamos) seus próprios filhos através da obra redentora de Cristo (que ainda não fora realizada).[2]

Embora a vontade do homem não seja livre, ele tem uma vontade, que a Escritura reconhece claramente. Longe de Deus, a vontade do homem está cativa ao pecado. Mas ele é, no entanto, capaz de escolher Deus, porque Deus tornou essa escolha possível. John Stott responde as possíveis perguntas que as pessoas geralmente fazem acerca da doutrina da eleição: “Não fui eu quem escolheu a Deus?” Alguém pergunta, de forma indignada; e a isso devemos responder: “Sim, realmente escolheu, e livremente, mas somente porque na eternidade Deus escolheu você primeiramente”. “Não fui eu que me decidi por Cristo?” pergunta outra pessoa; e a isto devemos responder: “Sim, realmente o fez, e livremente, mas somente porque Deus primeiramente tinha decidido em seu favor.”[3]

Jesus disse que “quem nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3.16) e que “todo aquele que vive e crê em Mim, nunca morrerá” (11.26). As ordens frequentes para os não salvos responderem ao Senhor (Js 24.15; Is 55.1; Mt 3.1-2; 4.17; 11.28-30, Jo 5.40, 6.37; 7.37-39; Ap 22.17) indicam claramente a responsabilidade do homem de exercer sua própria vontade. Contudo, a Bíblia é tão clara que nenhuma pessoa recebe Jesus Cristo como Salvador que não tenha sido escolhida por Deus (Rm 8.29, 9.11; 1Ts 1.3-4; 1Pe 1.2). Esse ensino também é encontrado no evangelho de João: “Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim;  e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora” (Jo 6.37).


[1] MacArthur, J. (1996). Ephesians (11). Chicago: Moody Press.

[2] STOTT, John. A Mensagem de Efésios. São Paulo: Editora ABU, 2007, p. 16.

[3] STOTT, John. A Mensagem de Efésios. São Paulo: Editora ABU, 2007, p. 17.

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