sexta-feira, 17 de junho de 2011

Sete passos para estabilidade espiritual - Viver corretamente


Passo 7

Filipenses 4.9

A

titudes e pensamentos corretos precedem práticas corretas. Somente as armas espirituais ajudarão em nossa guerra contra a carne (2Co 10.4; Fp 4.4-9). Combatendo a ansiedade com a oração e fazendo outros ajustes de atitude, podemos levar “cativo todo pensamento à obediência de Cristo” (2Co 10.5).

Na vida cristã não é possível separar atos exteriores de atitudes interiores (Mt 15.18). O pecado sempre resulta em inquietações, enquanto a pureza resulta sempre em paz. A vida correta é uma condição necessária para se experimentar a paz de Deus (Dn 3). Nas Sagradas Escrituras, encontramos vários exemplos de pessoas que caminharam com Deus e experimentaram paz nos momentos mais difíceis de suas vidas.


Para o apóstolo Paulo a única maneira dos crentes da igreja de Filipos desfrutarem da paz de Deus que excede todo entendimento era praticando o que conheciam das Escrituras e o que haviam aprendido com ele. Ou seja, o pensamento deve ser traduzido por ação, de acordo com o próprio ensinamento e exemplo de Paulo.[1]

Em Fp 4.9, Paulo considera quatro atividades que todo cristão deve praticar: “aprender e receber” e “ouvir e ver”.



“O que também aprendestes”. Conforme John MacArthur Jr, o verbo aprender é um termo derivado da palavra “discípulo”.[2] Traz a idéia de falar e ensinar. Paulo estava se referindo ao que havia ensinado por meio da pregação, ensino e discipulado (cf. Atos 20.20). Ele expôs as verdades do Antigo Testamento e o significado da revelação do Novo Testamento, explicando como se aplicava às suas vidas.

Essa instrução pessoal tornou-se evidente com Paulo e Timóteo. Timóteo moldava a sua vida após os ensinamentos de Paulo, “Tu, porém, tens seguido, de perto, o meu ensino, procedimento, propósito, fé, longanimidade, amor, perseverança...” (2 Tm. 3.10). Ou seja, Paulo foi um belo exemplo de vida de que os apóstolos não eram apenas proclamadores da verdade, mas também praticantes (Fp 3.17).

“... E recebestes” - Uma coisa é aprender a verdade e outra bem diferente é recebê-la e assimilá-la no ser interior (1Ts 2.13). Warren Wiersbe estava certo quando disse, “não basta ter fatos na cabeça, é preciso ter verdades no coração”.[3] Ao longo do seu ministério Paulo não apenas ensinou a Palavra, mas também a viveu na prática para que seus ouvintes pudessem vê-la em sua vida. Nossa vida com Deus deve ser semelhante à de Paulo. Devemos aprender a Palavra, recebê-la, ouvi-la e colocá-la em prática ou do contrário estamos cometendo um grande pecado. “Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos” (Tg 1.22).

“... E ouvistes” – Isto refere-se ao que os crentes de Filipos ouviram falar através de Paulo e de outras fontes (por meio da instrução de seus companheiros). Freqüentemente, ouvimos a mensagem no culto, mas logo que deixamos o santuário conversamos sobre tudo, menos como pretendemos concretizar o que Deus acaba de nos falar pela Palavra.[4]

“... E vistes em mim, isso praticai” – Não só os ouvidos, mas também os olhos, são chamados a dar assistência aos irmãos na imitação e obediência prestada a Paulo. Certamente Paulo enquanto esteve com eles e longe deles, mostrou exemplificou os frutos do espírito: paz, alegria, humildade, fé e gratidão. E não apenas isso, ele também pensava sobre o que era verdadeiro, nobre, justo, puro, amável e de boa reputação. Assim, ele não tinha vergonha de dizer aos fiéis para praticarem o que eles tinham visto em sua vida.

“... E o Deus da paz será convosco” – Paulo termina falando do caráter de Deus, que é a paz.  Quando temos atitudes, pensamentos e ações piedosas, a paz de Deus e o Deus da paz estarão sempre conosco. Sua paz proporciona conforto, tranqüilidade, calma e confiança em meio às tempestades da vida.  Este é o segredo para uma estabilidade espiritual.

Portanto, orar corretamente, pensar corretamente e viver corretamente: estas são as condições para ter segurança e vitória sobre a ansiedade. É interessante observar que, se Filipenses 4 é o “capítulo da paz”, Tiago 4 é o “capítulo da guerra” e começa com a seguinte pergunta: “De onde procedem guerras e contendas que há entre vós?”. Tiago explica as causas da guerra: orações incorretas (“Pedis e não recebeis, porque pedis mal”; Tg 4.3); pensamentos incorretos (“vós que sois de ânimo dobre, limpai o vosso coração”; Tg 4.8); e uma vida incorreta (“não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus?”; Tg 4.4). Não há meio termo. Ou nos entregamos inteiramente ao Espírito de Deus e oramos, pensamos e vivemos corretamente, ou nos entregamos à carne e ficamos divididos e ansiosos.[5]



Conclusão:

Martyn Lloyd-Jones no seu livro Depressão Espiritual disse: “Eu desafio vocês a lerem a vida de qualquer santo que já adornou a vida da Igreja, sem perceber imediatamente que a grande característica da vida dessa pessoa era ordem e disciplina. É invariavelmente a característica universal e marcante da vida de todos os grandes homens e mulheres de Deus. Leiam sobre Henry Martyn, David Brainerd, Jonathan Edwards, os irmãos Wesley, e Whitefield — leiam seus diários. Não importa a que ramo da Igreja pertenceram — todos disciplinaram suas vidas e insistiram na necessidade disso; e obviamente é algo bíblico e absolutamente essencial.[6]
Quando seguimos tal prática, estamos seguros de que “a paz de Deus guardará o nosso coração e a nossa mente em Cristo” (Fp 4.7). 


[1] DAVIDSON, F. MA, DD. O Novo Comentário da Bíblia. São Paulo: Editora Vida Nova, 1994, p. 1283.
[2] MACARTHUR, JR. in: http://www.gty.org/Resources/Sermons/50-42#
[3]Wiersbe, W. W. (1996, c1989). The Bible exposition commentary. "An exposition of the New Testament comprising the entire 'BE' series"--Jkt. (Fp 4:9). Wheaton, Ill.: Victor Books.
[4] MULHOLLAND, Dewey M. Epístolas da prisão. São Paulo: Editora Vida Nova, 2005, p. 204.
[5] Wiersbe, W. W. (1996, c1989). The Bible exposition commentary. “An exposition of the New Testament comprising the entire ‘BE’ series”--Jkt. (Fp 4.9). Wheaton, Ill.: Victor Books.
[6] Lloyd-Jones, Martyn. Depressão Espiritual. São Paulo: Editora Pés, 1987, p. ?

2 comentários:

  1. muita boa a explanação do assunto.....
    parabens......pois confirma, que mesmo estando longe em lugares diferentes o senhor tem falado a mesma coisa .....pois é a sua palavra...

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  2. Estimado irmão, paz!

    É muito bom poder compartilhar a Palavra de Deus com você... seu comentário é um incentivo precioso para o nosso blog e trabalho. Que o Eterno Deus continue derramando ricas bênçãos sobre sua vida.

    Em Cristo,

    Pastor Jocarli

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