segunda-feira, 6 de junho de 2011

Sete passos para a estabilidade espiritual

Para enfrentar as tempestades da vida, precisamos de uma fé sólida. Porém, nem sempre é fácil lidar com problemas como ansiedade, intrigas, orgulho, etc. Por isso, precisamos aprender como alcançar uma estabilidade espiritual e assim permanecer firme mesmo diante do pior temporal.


Passos 1 e 2

De certa forma, a nossa sociedade admira àqueles que são fiéis às suas crenças, e que permanecem firmes e estáveis quando estão sob pressão. Eles não podem ser subornados, intimidados, ou derrotados e são vistos como modelos e líderes.

Enquanto a coragem, convicção e integridade são qualidades respeitáveis até mesmo do ponto de vista secular, é ainda mais essencial que se manifeste na vida de cada cristão. Isso porque o nome “cristão” nos identifica com Cristo, que nunca comprometeu ou se desviou da verdade. Ele é o exemplo perfeito de integridade corajosa.


As Sagradas Escrituras nos ensinam que os cristãos devem ser ousados e intransigentes com o pecado como foi Jesus Cristo. O apóstolo Paulo se alegrava em ver a estabilidade entre os fiéis de Colossos: “Pois, embora ausente quanto ao corpo, contudo, em espírito, estou convosco, alegrando-me e verificando a vossa boa ordem e a firmeza da vossa fé em Cristo” (Cl 2.5). Além disso, ele exortou as igrejas de Éfeso e de Corinto a permanecerem fortes e firmes no Senhor (Ef 6.11, 13-14; 1Coríntios 16.13, 2Tm 2.1).

A maioria dos cristãos sinceramente deseja manterem-se firmes e não tropeçar em sua caminhada cristã.  Ninguém quer ser esmagado sob o peso das provações da vida ou ser derrotado pelo ataque do mundo, a carne e o diabo. Todos nós devemos odiar o pecado da mesma forma que fez o apóstolo Paulo (Rm 7.15). Porém, permanecer firme e forte não é fácil porque estamos engajados na guerra espiritual (2Tm 2.3-4). É por isso que Paulo usa o termo militar “firmes” para o tema da estabilidade espiritual em Filipenses 4.1-9.

 Você pode perguntar: “Como posso ser estável espiritualmente?” Se você olhar para os cristãos em torno de você, você vai perceber que alguns são mais estáveis do que outros. Isso não é nenhum mistério, porque a Palavra de Deus revela abertamente que a estabilidade espiritual é desenvolvida pela adesão a certos princípios. Vamos analisar estes princípios.



I. Você Deve Cultivar a Harmonia Através do Amor.

Filipenses 4.2 Rogo a Evódia e rogo a Síntique pensem concordemente, no Senhor.”

A. O Problema

 A estabilidade espiritual depende do amor mútuo, harmonia e paz entre os crentes. Nossas vidas estão interligadas para que possamos apoiar e sustentar uns aos outros. Paulo desejava esse tipo de harmonia na igreja de Filipos, mas em vez disso, houve uma intensa divergência entre duas mulheres que ameaçava a vida da igreja. Paulo não queria que pecados como a parcialidade, a crítica, a amargura, falta de perdão, e orgulho se empalhassem por toda a igreja.

 Para evitar tais problemas, é necessário que os fiéis tenham o cuidado de orar uns pelos outros. O amor mútuo produz harmonia que conduz a estabilidade espiritual e reflete verdadeiramente o papel da igreja: apoiar os mais fracos, levantar o caído e restaurar o quebrado.



B. O Argumento

 No versículo 2 o termo grego traduzido como “Rogar” (parakaleo), significa “apelar” ou “suplicar”. É aplicado ao Espírito Santo em João 14.16, cujo ministério é permanecer ao lado do crente e pleitear, ajudar ou incentivar. De modo semelhante, Paulo estava pedindo a Evódia e a Síntique para “para viverem em harmonia no Senhor”.

 Como um grande teólogo, Paulo abordada importantes questões doutrinárias. Ele se opôs ao legalismo dos judaizantes (Fp 3.2) e aos falsos mestres (vv. 18-19).  Ele sabia que tais ensinamentos detrupavam a doutrina da salvação e ameaçavam a vida da igreja. No entanto, ele também percebeu que a discórdia na igreja foi uma ameaça igual à sua vida.  Isso porque o conflito rouba o poder da igreja e destrói o seu testemunho. Os inimigos de Cristo estão ansiosos para encontrar maneiras de desacreditar a igreja. Aparentemente, a desunião na igreja de Filipos estava prestes a destruir a integridade de seu testemunho (cf. 1.27; 2.2-4; 2.14).



C. O Povo

1. Evódia e Síntique

Essas mulheres estavam aparentemente levantando duas facções na igreja. Nós não sabemos quais eram suas queixas específicas, mas podemos supor que não estavam em desacordo sobre a doutrina. Se fosse um erro doutrinário, a diferença teria sido resolvida rapidamente (cf. Gl 1.9, Tito 3.10).  Então deve ter sido um conflito pessoal.

 Sabemos também que as duas mulheres eram proeminentes membros da igreja, porque tinha trabalhado com Paulo “pela causa do evangelho” (Fp 4.3). Normalmente, Paulo começava suas viagens missionárias visitando as sinagogas locais. Mas, a cidade de Filipos não tinha uma sinagoga oficial, algumas mulheres judias se reuniam para adoração próximas a um rio. Paulo “começou a falar para as mulheres que estavam reunidas” (Atos 16.13) e compartilhou a boa notícia com elas. Embora não sabemos, é provável que neste grupo de mulheres estivessem Evódia e Síntique.
 Além disso, Paulo também não nos informa que confusão elas criaram na igreja, porque aparentemente “não estavam unidas em espírito [ou] pensando a mesma coisa” (Fp 2.2). Reconhecendo que a questão fosse falta de amor - o que indica a presença do orgulho e da falta de humildade - Paulo pediu para as mulheres “para viverem em harmonia no Senhor” (4.2). Cada uma estava
exigindo seu próprio caminho ao invés de se preocupar com a outra.

 “No Senhor” é a esfera onde a harmonia é encontrada. Um relacionamento correto com o Senhor vai resolver qualquer problema de relacionamento com outros. Se dois crentes estão andando no Espírito, eles farão o bem, uns para com os outros.



2. Súzugos

Filipenses 4.3 “A ti, fiel companheiro de jugo, também peço que as auxilies, pois juntas se esforçaram comigo no evangelho, também com Clemente e com os demais cooperadores meus, cujos nomes se encontram no Livro da Vida.”



Paulo não apenas roga diretamente as duas mulheres a viverem em harmonia, mas ele também pediu a outros para ajudá-las. No versículo 3, o termo grego traduzido por “companheiro” (súzugos) ilustra dois bois em um jugo, puxando a mesma carga. Um companheiro ou “fiel companheiro” é alguém que possui um esforço específico - neste caso, um trabalho espiritual. Paulo acrescentou que este indivíduo era um “verdadeiro” companheiro.

Paulo estava pedindo para um dos lideres da igreja de Filipos ser um pacificador, ajudando a resolver a discórdia entre Evódia e Síntique. A base para o seu pedido era o fato de que as mulheres tinham compartilhado da sua luta no avanço do evangelho (Fp 4.3). O termo “esforçar” em grego é (sunathlemao), da qual deriva a palavra atletismo, fala de uma luta intensa. Esse tipo de esforço certamente foi evidente no início da igreja de Filipos quando Paulo e Silas foram espancados, presos e lançados ao cárcere (Atos 16.22-24).



3. Clemente

 Clemente também partilhava das lutas de Paulo e, provavelmente, era um líder da igreja. Ele pode ter sido o pai da Igreja conhecido como Clemente I, ou Clemente de Roma. Paulo pediu a sua ajuda, também, na resolução do desafeto das mulheres.



4. Outros colegas de trabalho

 Paulo então pediu a ajuda “aos demais cooperadores, cujos nomes estão no livro da vida” (Fp 4.3). Na eternidade Deus escreveu o nome de todos os eleitos no livro da vida (Dn 12.1; Ml 3.16-17, Lucas 10.20).  Embora seus nomes não sejam mencionados aqui, “Porque Deus não é injusto para ficar esquecido do vosso trabalho e do amor que evidenciastes para com o seu nome, pois servistes e ainda servis aos santos.” (Hebreus 6.10).



 Paulo queria que todos os crentes de Filipos compreendessem a riqueza da unidade. Mas para alcançar tal harmonia, era necessário que cada membro daquela igreja se tornasse um pacificador ajudando a resolver qualquer discórdia.

 Amor é a palavra que resume um dever de cada crente.  Deus nos ama e nós precisamos amar uns aos outros.  É o vínculo que irá manter a estabilidade da igreja.





II. Você Deve Manter a Alegria (v. 4)

Filipenses 4.4 “Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo: alegrai-vos.”  



A. A Ordem para se Alegrar

 Muitos crentes tornam-se vítimas das circunstâncias e, conseqüentemente, demonstram uma vida espiritual de altos e baixos. Para eles, a ordem para alegrar-se parece injusta. Mas a ordem é alegrar-se “no Senhor”.

 Nós não podemos sempre nos alegrar em nossas circunstâncias, porque elas podem ser ruins. No entanto, podemos nos alegrar no Senhor, porque Ele é sempre bom e sabemos que Ele nunca muda.  Portanto, a nossa estabilidade espiritual está diretamente relacionada ao nosso conhecimento acerca de Deus. Conhecendo-O nos ajuda a viver acima das circunstâncias e nos proporciona estabilidade. É por isso que os salmos foram escritos em forma poética, desta forma, o povo de Israel poderia memorizar as Escrituras e cantar hinos que declaram um profundo conhecimento de Deus.

A igreja primitiva se alegrou em sofrer em nome de Cristo (Atos 5.41). Esse tipo de alegria deve marcar a nossa vida também. Romanos 14.17 diz, “O reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo”.



B. Os motivos da Alegria

 Devemos nos alegrar por causa de quem Deus é - Ele é soberano.  Essa é uma das grandes verdades que aprendemos sobre Deus. Nada está fora de seu controle, e Ele controla tudo em favor do nosso bem (Rm 8.28). Ele tem uma compreensão infinita de cada aspecto de nossa vida - onde estamos e o que falamos (Sl 139.2-4).
Devemos também nos alegrar porque Deus nos salvou, nos adotou e prometeu dar-nos uma herança em Jesus Cristo (Ef 1.1-11). Quando Cristo voltar, vamos desfrutar de sua presença e o lugar celestial preparado para nós (João 14.2-3). É uma alegria saber que Deus prometeu suprir todas as nossas necessidades no devido tempo (Filipenses 4.19).  Além disso, temos o privilégio de servir uns aos outros em amor. Isso inclui compartilhar as boas novas com aqueles que não conhecem a Cristo e incentivar a outros irmãos a permanecerem firmes no seu amor. É também uma alegria saber que podemos
orar a Deus a qualquer momento (Hb 4.15-16). Finalmente, podemos nos alegrar, “sabendo que a morte é lucro” (Filipenses 1.21).

 Portanto, jamais devemos esquecer que a profundidade da nossa alegria é proporcional à profundidade do nosso conhecimento sobre Deus. As circunstâncias ou as pessoas não podem roubar a alegria que está firmada em Deus e nas Suas promessas.





Conclusão:

Nada é mais evidente do que a necessidade dos filhos de Deus buscar o seu contentamento “no Senhor” e não nas circunstâncias variáveis do dia-a-dia. Ou seja, fora da soberana vontade do Senhor, onde encontraremos um porto seguro para permanecermos firmes quando as crises e os problemas se levantarem contra nós?

Somente o Senhor pode transformar nossa atitude de depressão e amargura em alegria. O profeta Isaias predisse, 700 anos antes de Cristo, que os remidos tirariam com alegria “águas das fontes da salvação” (12.3). Apesar desta e outras promessas encorajadoras, muitos cristãos ainda, revelam profunda insatisfação. Por que não aprender que Jesus Cristo é a fonte de alegria do crente? Podemos buscar nele, a qualquer momento, o bálsamo que substituirá nossa amargura e depressão por alegria.

Salmo 42.1 “Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma.”





Exercícios de Aprendizagem:



1.    Quem é o perfeito exemplo de integridade corajosa?

2.    Em que Paulo se alegrava conforme Cl 2.5?

3.    Qual era o problema na igreja de Filipos?

4.    Qual era o fundamento de Paulo em Filipenses 4.2?

5.    Onde estão os nomes dos outros companheiros de Paulo mencionados em Fp 4.3?

6.    Por que muitos cristãos possuem uma vida espiritual de altos e baixos?

7.    De que maneira o cristão pode permanecer estável em meio às circunstancias?

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