terça-feira, 19 de abril de 2011

Pare de Reclamar


“Fazei tudo sem murmurações nem contendas” [Fp 2.14]

Um homem resolveu fazer parte de um mosteiro e fez um voto de silêncio. Após os primeiros 10 anos o seu superior o chamou e perguntou: “Você tem algo a dizer?” O monge respondeu: “A comida do mosteiro é horrível”. Depois de 10 anos, o monge voltou a ter oportunidade de expressar seus pensamentos. Ele disse, “a cama é muito dura”. Mais 10 anos se passaram e novamente ele foi chamado diante do seu superior. Quando perguntado se ele tinha algo a dizer, ele respondeu: “Eu desisto, esse lugar é péssimo”. “Isso não me surpreende”, disse o superior. “Desde que você chegou aqui, você não fez nada a não ser reclamar”.

Murmurar é provavelmente um dos pecados mais tolerados pelos Cristãos. Embora não possamos mensurar o pecado, creio que um dos maiores pecados não acontece fora da igreja, na realidade, acontece dentro dos corredores e salas da igreja, o pecado da murmuração.
A Bíblia tem muito a nos ensinar sobre os perigos de resmungar contra os outros e principalmente contra Deus. A igreja de Filipos da Macedônia enfrentava essa grande mazela e o apóstolo Paulo escreve a fim de corrigir essas falhas na igreja que ele tanto amava.
Paulo diz que devemos desenvolver nossa salvação e uma maneira de fazer isso é evitando as “murmurações e as contendas” (Fp 2.14). Quando a adversidade chega, temos a tendência de culpar a Deus ou os outros por nossas dificuldades. A culpa sempre recai sobre os outros. Estranhamente, somos sempre a vítima.
A palavra grega para “murmurar” é um termo que realmente soa semelhante ao seu significado. É uma onomatopéica (gongusmos, em grego). Isto é, sua pronuncia é muito parecida com resmungos. 
Essa palavra é a mesma usada pelos trabalhadores ressentidos que reclamaram do dono da casa por ter “pago o mesmo que aqueles que só tinham trabalhado uma hora” (Mt 20.11). Jesus também descreve os fariseus e escribas que murmuravam contra os discípulos de Jesus, perguntando: “Por que comeis e bebeis com os publicanos e pecadores?”(Lucas 5.30).
Paulo usa o termo para descrever os israelitas no deserto, que se queixavam, e foram “destruídos pelo exterminador” (1Coríntios 10.10). Quando os filhos de Israel saíram do Egito, Eles imediatamente começaram a murmurar. Queixaram-se no Mar Vermelho, quando as carruagens dos egípcios os ameaçavam (Êxodo 14.10-12), em Mara onde as águas eram amargas (Êx 15.24), no deserto de Sin quando não tinham alimentos (Êx 16.3), em Refidim, onde não tinha água (Êx 17.3), e em Cades-Barnéia por causa dos espiões que relataram a presença de gigantes na terra (Nm 14.2). Embora o escárnio fosse direcionado aos líderes, Moisés os advertiu: “As vossas murmurações não são contra nós, mas contra o Senhor” (Êxodo 16.9).
Toda murmuração é uma afronta contra Deus. Quando murmuramos, na verdade, estamos reclamando da soberania e sabedoria do Altíssimo. Se gastássemos mais tempo orando como reclamamos das circunstâncias ou dos outros, logo, não teríamos nada para reclamar.
Você já parou para pensar que algumas pessoas reclamam porque Deus coloca espinhos nas rosas, enquanto outras louvam a Deus por colocar rosas entre os espinhos? Que tal agradecer a Deus por tudo o que Ele tem feito em Sua vida?
Rev. Jocarli A. G. Junior

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