quinta-feira, 14 de abril de 2011

A Humildade do Amor - Extraído do livro “Como ser crente em um mundo de descrentes” – John MacArthur Jr.



Nós vivemos em uma geração muito orgulhosa e egoísta. As pessoas agora consideram aceitáveis e até normal que os outros se promovam, se louvem e se coloquem em primeiro lugar. Muitos consideram o orgulho como uma virtude. Por outro lado muitos vêem a humildade como uma fraqueza. Todo o mundo, ao que parece, está reivindicando seus próprios diretos e procurando ser reconhecido como alguém importante.
Porém, as Escrituras deixam claro que o egoísmo não tem lugar na teologia cristã. Jesus ensinou repetidamente contra o orgulho. Com a sua vida e com o seu ensino Ele exaltou constantemente a virtude da humildade. Em nenhum outro lugar isso fica mais evidente do que em João 13.


1.    Ele os amou até o fim
O capítulo 13 marca um momento decisivo no evangelho de João e no ministério de Jesus Cristo. A época da Páscoa tinha chegado e na sexta-feira Ele seria terminantemente rejeitado e depois executado. Deus, contudo, transformaria essa execução no grande e final sacrifício pelo pecado, e Jesus morreria como o verdadeiro Cordeiro Pascal.
No entanto, em vez de estar preocupado com pensamentos sobre a sua morte, sobre levar os pecados e sobre glorificação, Ele estava totalmente consumido pelo amor aos seus discípulos. Mesmo sabendo que logo iria para a cruz para morrer pelos pecados do povo, Jesus ainda estava preocupado com as necessidades de doze homens. Seu amor não foi e nunca é impessoal – esse é o seu mistério.
O verso 1 diz: “tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim” (João 13.1). “Até o fim”, em grego significa que Ele os amou “perfeitamente”. Ele os amou em extremo. Ele os amou com toda inteireza de amor. No momento em que a maioria das dos homens etária totalmente preocupada consigo, Ele altruisticamente humilhou-se a para atender as necessidades dos outros (ao lavar os pés dos discípulos). O genuíno amor é assim.

2. Amo em ações e em verdade
Com calma e majestade, em total silêncio, Jesus se levantou, pegou o jarro e despejou água na bacia. Então tirou o seu manto, seu cinto e pôs uma toalha em volta da cintura e se ajoelhou para lavar os pés dos seus discípulos, um por um.
Um pescador lavar os pés de outro pescador é um sacrifício de dignidade relativamente pequeno. Mas que Jesus Cristo, em cujo coração pulsa a eterna divindade, curvar-se e lavar os pés dos homens comuns – essa é a maior espécie de humilhação. E essa é a natureza da genuína humildade, bem como uma prova de genuíno amor.
O amor tem que ser mais do que palavras. O apóstolo João escreveu: “Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade” (1Jo 3.18). O amor que é real é expresso em ação, não apenas em palavras.

3. Se Eu não te lavar, não tens parte comigo.
Na media que Jesus ia amorosamente de discípulo em discípulo, Ele finalmente chegou a Pedro. O apóstolo Pedro deve ter ficado completamente desconcertado e disse em um misto de remorso e incredulidade: “Senhor, tu me lavas os pés a mim?” (v. 6).
Jesus respondeu a Pedro: “O que eu faço não o sabes agora; compreendê-lo-ás depois” (v. 7). Como Pedro poderia permitir ao rei que lhe lavasse os pés?
E Pedro ficou mais decido: “Nunca me lavarás os pés” (v. 8). Ele chamou Jesus de Senhor, mas não se submeteu ao seu Senhorio.
Respondeu-lhe Jesus: “Se eu não te lavar, não tens parte comigo” (v. 9). Então, Pedro lhe pediu: “Senhor, não somente os pés, mas também as mãos e a cabeça” (v. 8,9). Isso era típico de Pedro – ele foi de um extremo ao outro.
Existe uma verdade profunda nas palavras de Jesus. Ele falou de verdades espirituais em termos físicos. Da mesma forma que falou com Nicodemos, com a mulher junto ao poço e com os fariseus.
Ninguém tem um relacionamento com Jesus Cristo a menos que Cristo tenha lavado os seus pecados. E ninguém pode entrar na presença do Senhor a mesmo que primeiro se submeta a essa purificação.


3. Quem já se banhou... está todo limpo.
Pensando que o Senhor estava falando de limpeza física, Pedro ofereceu as mãos e a cabeça – tudo! Ele ainda não tinha entendido o completo significado espiritual.
Jesus sabia qual dos discípulos estava verdadeiramente purificado pela redenção. Além disso, Ele sabia quais eram os planos de Judas para aquela noite: “Pois ele sabia quem era o traidor. Foi por isso que disse: Nem todos estais limpos” (v. 11). Isso deve ter feito Judas sentir-se culpado.
O que terá passado pela mente de Judas quando Jesus se ajoelhou para lavar seus pés? O que quer que tenha sido, não deteve os seus planos malignos.

4. Também vós deveis lavar os pés uns dos outros.
Muitas pessoas acreditam que Jesus estava instituindo uma ordenança para a igreja. Algumas igrejas praticavam o lava-pés de modo ritual semelhante à prática do batismo e da comunhão. Porém, Jesus não estava advogando um serviço de lava-pés formal e ritualista.
O exemplo que nós devemos seguir não é lavar os pés. É a humildade. A sua humildade é a verdadeira lição – e é uma humildade prática que governa cada área da vida, cada dia da vida, cada experiencia da vida.


Conclusão:

Algumas pessoas parecem pensar que quanto mais perto você chega de Deus, tanto mais você tem que se distanciar da humanidade, mas isso não é verdade. A genuína proximidade de Deus é servir ao próximo.
Você quer ser abençoado com satisfação e felicidade? Desenvolva um coração de servo. Nós somos seus servos e um servo não é maior do que o seu mestre. Se Jesus pode descer de uma posição de divindade para se tornar homem e humilhar-se ainda mais para ser um servo e lavar os pés de doze pecadores sem merecimento, nos deveríamos estar prontos a sofrer qualquer indignidade para servi-lo. Isso é verdadeiro amor e verdadeira humildade.

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